5 Fatos Sobre o Bitcoin que Vão Mudar a Sua Perspectiva
há 3 diasEntenda a escassez programada, a segurança da rede e quem detém o controle do Bitcoin hoje
Todo mundo já ouviu falar sobre o Bitcoin. A narrativa comum gira em torno de sua volatilidade extrema, da possibilidade de enriquecer do dia para a noite e do famoso limite fixo de 21 milhões de unidades que nunca poderá ser ultrapassado. Mas será que essa é toda a história?
A verdade é que, por trás da primeira criptomoeda do mundo, existe uma engenharia econômica muito mais precisa, contraintuitiva e sofisticada do que as manchetes costumam mostrar.
Neste artigo, vamos além do básico para revelar cinco fatos surpreendentes sobre a oferta, segurança e propriedade do Bitcoin — pontos que podem transformar completamente a forma como você enxerga esse ativo digital revolucionário.
1. A maioria dos Bitcoins já foi criada — mas os últimos só serão minerados em 2140
Pode parecer estranho, mas já vivemos o “auge” da emissão de novos Bitcoins. Embora o protocolo tenha sido projetado para durar mais de um século, a maior parte da oferta total já foi minerada. Até final de outubro de 2025, cerca de 19,9 milhões de BTC, o equivalente a 94,96% do total de 21 milhões, já estão em circulação.
Essa distribuição acelerada aconteceu por causa do halving, evento que corta pela metade a recompensa por bloco minerado a cada quatro anos. No início, os mineradores recebiam 50 BTC por bloco. Hoje, recebem menos de 4. Essa emissão desacelera exponencialmente, num verdadeiro “paradoxo de Zeno econômico”: a recompensa nunca chega a zero, mas se aproxima infinitamente dele.
O resultado é que 99% de todos os bitcoins estarão em circulação até 2035, mas o último satoshi (a menor unidade do Bitcoin) será minerado apenas por volta de 2140. Essa escassez é matemática, transparente e auditável — o oposto do ouro, cuja oferta depende de estimativas geológicas e cresce cerca de 1,7% ao ano.
2. O verdadeiro limite é menor que 21 milhões
Sim, o limite teórico de fornecimento do Bitcoin é de 21 milhões. No entanto, o número realmente disponível para uso é bem menor.
Estima-se que cerca de 3,8 milhões de BTC estão permanentemente fora de circulação, incluindo os aproximadamente 1,1 milhão atribuídos a Satoshi Nakamoto, criador do protocolo, que nunca movimentou suas moedas desde 2009. Além disso, milhões foram perdidos por senhas esquecidas, discos rígidos danificados e chaves privadas descartadas.
Ao contrário do ouro, que pode ser derretido e reutilizado, Bitcoins perdidos estão mortos para sempre. Isso cria o que analistas chamam de “escassez endurecida”: uma oferta que, além de ser finita, encolhe com o tempo. A longo prazo, isso pode elevar o valor econômico do BTC circulante, separando-o do BTC inalcançável.
3. O Bitcoin continua seguro, mesmo com recompensas menores
Um dos argumentos mais comuns contra o futuro do Bitcoin é que, com o tempo, as recompensas para mineradores ficarão pequenas demais para manter a segurança da rede. Mas o protocolo já prevê isso.
A cada 2.016 blocos (cerca de duas semanas), a rede faz um ajuste automático de dificuldade. Quando a mineração se torna menos lucrativa, mineradores menos eficientes desligam suas máquinas, o que reduz a dificuldade e restaura o equilíbrio econômico da atividade. Isso garante que sempre existirá um incentivo para proteger a rede.
Esse mecanismo foi colocado à prova em 2021, quando a China, que concentrava mais de 50% do hashrate, baniu a mineração de Bitcoin. Mesmo com essa queda brusca, a rede não parou e se recuperou totalmente em poucos meses.
Mais recentemente, no halving de abril de 2024, uma prova histórica reforçou esse modelo: pela primeira vez, as taxas de transação geraram mais receita (US$ 80 milhões) do que a recompensa por bloco (US$ 26 milhões) — como Satoshi Nakamoto havia previsto.
4. O gasto de energia é limitado por incentivos econômicos
É comum ver críticas sobre o alto consumo energético do Bitcoin, mas a ideia de que ele aumentará indefinidamente é economicamente incorreta.
A mineração é uma atividade empresarial e depende de lucratividade. Quando o preço do BTC sobe, mais mineradores entram na rede, mas isso aumenta a dificuldade, o que por sua vez reduz os lucros e desacelera o crescimento do consumo de energia. É um sistema autoajustável.
Além disso, os mineradores buscam as fontes de energia mais baratas do planeta, geralmente excedentes e renováveis. Segundo o Cambridge Centre for Alternative Finance, entre 52% e 59% da mineração global já utiliza fontes com baixa emissão de carbono. Após a saída da China, que usava carvão, essa tendência só aumentou.
5. Governos, ETFs e bilionários: quem são os verdadeiros donos do Bitcoin?
A distribuição da propriedade do Bitcoin é muito mais concentrada e surpreendente do que se imagina. A promessa inicial do Bitcoin era a descentralização, mas hoje, parte significativa da oferta está nas mãos de grandes entidades públicas e privadas.
Veja quem são os principais detentores:
Satoshi Nakamoto: o criador anônimo ainda detém cerca de 1 milhão de BTC (quase 5% do total), intocados desde 2009.
Corretoras centralizadas: plataformas como Binance, Bitfinex e Coinbase armazenam cerca de 2,3 milhões de BTC (11%), em nome de clientes.
Governos: Após apreensões criminais e ações estratégicas, os Estados Unidos atualmente detêm pouco mais de 200.000 BTC, liderando a lista de nações com mais Bitcoin. Em seguida, vem a China, com cerca de 194.000 BTC, e o Reino Unido, com aproximadamente 61.000. Também merecem destaque o Butão e El Salvador, ocupando o quarto e o quinto lugar, respectivamente, no ranking global de países com reservas públicas da criptomoeda.
ETFs e fundos institucionais: após a aprovação dos ETFs Spot, empresas como BlackRock e Fidelity adquiriram cerca de 1,6 milhões de BTC (quase 8%) para seus clientes.
Esse panorama revela um paradoxo interessante: o ativo criado para desintermediar o sistema financeiro tradicional agora é em parte controlado por governos e instituições centralizadas, justamente aquelas que ele prometia substituir.
Um Olhar para o Futuro
O Bitcoin é muito mais do que um ativo volátil e limitado. Ele representa uma engenharia econômica sofisticada, onde a escassez é programada e reforçada por perdas definitivas, e a segurança é mantida por incentivos de mercado, mesmo com recompensas decrescentes.
Ao mesmo tempo, sua posse se concentra cada vez mais nas mãos de instituições e governos, transformando a pergunta central: não se trata mais de saber se o Bitcoin vai sobreviver, mas de quem será o dono dele no futuro.
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